quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Breathing under water

Quero por um momento poder fechar os olhos e ver que la dentro, que cá dentro, existe a hipótese.
A hipótese de voltar a sentir-me quente com o fogo. De me queimar com ele, de sentir a paixão arrebatadora com que te abracei em tempos. De sentir o desejo nas tuas palavras mas principalmente nos teus olhos.
Já não conheço os teus olhos.
Não consigo evitar desconhece-los..queria sabe-los de cor, lê-los como se lê um livro. Queria não ter a sensação que apenas estou a ver os desenhos da capa.
Queria sentir-me especialmente especial. Não apenas especial. Sinto-me exigente, sinto que a minha exigência não chega. Sinto que te quero apaixonar de novo e não consigo..temo que não consiga faze-lo.
Não sou nova, não trago nada de novo, nao sou nada mais que eu, o eu de sempre. Mas o eu de sempre que pensei ser arrebatador, já o foi. Agora é o Q.B. Sou aquele tempero que se puseres mais um bocado não vai fazer diferença.. Que se tiver a menos não estraga o cozinhado. É assim que me sinto.

Quero que o meu Eu chegue de novo para por o teu Tu com borboletas na barriga.

sábado, 14 de setembro de 2013

After eight..

As viagens de carro nunca mais foram as mesmas...Agora são mais lentas..os vidros vão abertos, a música já não é "a que esta a dar"..sou eu que ponho..a que EU quero. Olha-se para tudo com outros olhos, em tudo se vê culpa, em tudo se tenta arranjar uma desculpa.

Passa a haver uma linha que separa o que eu quero dizer e peguntar daquilo que efectivamente posso e é dificil de traçar. Apetece gritar ao mundo, apetece gritar-te ao mundo para que também ele sofra como eu, mas não posso..e isso é dificil.

Os actos espôntaneos deixam de o ser, passando a estar envoltos numa teia de duvida que ora os torna certos ou errados, aquilo que outrora era o suficiente agora tem dias que parece demais, outras que parece de menos, e essa, é a outra coisa difícil. Decidir como agir.

A força que nos levanta é a mesma que de vez em quando nos derruba, arrasando-nos com a desconfiança, a dúvida, e a outra coisa dificil é perceber qual dos dois sentidos é mais forte, qual é que passa a fazer parte de nós, ou se podem conviver os dois de uma forma saudável.

É dificil decidir se havemos dar ou pedir, se havemos de fazer ou exigir, porque parecendo mais justo exigir, queremos fazer tanto que temos medo que seja sufocante e que mate o que queremos que renasça. É muito dificil.

Seria mais fácil se pudessemos ter a certeza, mas como nesta vida poucas coisas o são, resta-nos decidir quais as nossas proprias verdades, e assumi-las como tal.

E esperar...que não quebres de novo o compromisso que refiz com a vida.

Se fosse fáci, não era pra mim...


 


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Não tenho título para isto..

Tudo corre bem.

Ele faz amor com ela, tomam banho juntos, riem juntos e jantam.
Ela passa a ferro, cuida das crianças, arruma a casa e, não chega a jantar.
Ele volta para casa para junto dela. Ela recebe-o como sempre, rodeada das pequenas, feliz por ve-lo. 
Ele esta lá..mas só fisicamente. A cabeça, o coração, o desejo ficou la, na cama, na banheira, na mesa da cozinha...e o errado que parece disfarça-se com o bem que sabe, com a saudade boa que se sente do certo que ficou longe. 
Por perto e por agora, o errado que outrora já foi certo, uma cama, uma banheira e uma mesa de cozinha em tempos já bons, que eram desejados. Mas já não são. E o sentimento novo, apaixonante, sequioso de desejo supera o de culpa e remorso como se se tratasse de proteína que vai fazendo crescer algo incontrolável. Ela não sabe e de uma forma ou de outra está lá, acredita, ama, deseja o certo que sempre o foi.Ou pensou ser.

Tudo de repente corre mal 

Acaba-se a segurança dela e termina a insegurança dele, transformando-se numa mistura de incredibilidade, nojo, injustiça, dor, desespero e de "FODA-SE".

Bebe-se essa mistura como se de um cocktail se tratasse. Uma bebida que transforma tudo ( a parte boa é que faz emagrecer...e crescer).

Tenta-se digerir tudo da melhor forma e de forma a que não faça muito mal, que não nos mate. Se sobreviver só com umas sequelas já não é mau de todo.

Ele tenta perceber o que quer..o que fará mais falta..ela, ou ela. Não quer deixar o porto, mas não resiste ao iate, bonito, bem disposto, que o deseja igualmente. E também dói. Dói perder os momentos cúmplices com ela, as noites tórridas que uma grande paixão consegue tornar aditivas, as frases que só eles conhecem e sabem o que significam, as musicas que os marcam, os cheiros, o sexo.

Só lhe resta esperar. Fazer a cama de novo, aproveitar as lágrimas para limpar a banheira, preparar um banquete na mesa da cozinha. E esperar que isso chegue para que a amem de novo, o suficiente para a respeitarem, para a desejarem, para ser novamente a única. 

E viveram  ...... para sempre...


 
 

domingo, 21 de julho de 2013

Irónico..Tentar preencher o vazio com que me deparo com outro vazio.

Se o meu coração fosse tão facil de preencher quanto o branco que vou rabiscando com pequenos toques de unhas pintadas de vermelho não seria tudo tão mau..se dependesse de mim...

Mas não depende. E o vazio que sinto, só posso tentar enche-lo com nada, por muito pouco espaço que isso ocupe. Um nada aqui, outro ali. E lá se vai compondo..dá pra viver.

E conseguir ordenar estas ideias todas para que tudo isto faça sentido? Não consigo.

Só precisava de escrever, de explicar ao branco o que é o preto. Pois bem branco, o preto é isto..e hoje está bem preto. Mas pelo menos, não estás vazio, escrevi-te, falei-te, lembrei-me de ti. Fiz-te sentir especial..e agora ficaste cheio..com o vazio que eu tenho. Se calhar o vazio enche mesmo.

Boa noite branco...vou levar o preto comigo agora.