quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Não tenho título para isto..

Tudo corre bem.

Ele faz amor com ela, tomam banho juntos, riem juntos e jantam.
Ela passa a ferro, cuida das crianças, arruma a casa e, não chega a jantar.
Ele volta para casa para junto dela. Ela recebe-o como sempre, rodeada das pequenas, feliz por ve-lo. 
Ele esta lá..mas só fisicamente. A cabeça, o coração, o desejo ficou la, na cama, na banheira, na mesa da cozinha...e o errado que parece disfarça-se com o bem que sabe, com a saudade boa que se sente do certo que ficou longe. 
Por perto e por agora, o errado que outrora já foi certo, uma cama, uma banheira e uma mesa de cozinha em tempos já bons, que eram desejados. Mas já não são. E o sentimento novo, apaixonante, sequioso de desejo supera o de culpa e remorso como se se tratasse de proteína que vai fazendo crescer algo incontrolável. Ela não sabe e de uma forma ou de outra está lá, acredita, ama, deseja o certo que sempre o foi.Ou pensou ser.

Tudo de repente corre mal 

Acaba-se a segurança dela e termina a insegurança dele, transformando-se numa mistura de incredibilidade, nojo, injustiça, dor, desespero e de "FODA-SE".

Bebe-se essa mistura como se de um cocktail se tratasse. Uma bebida que transforma tudo ( a parte boa é que faz emagrecer...e crescer).

Tenta-se digerir tudo da melhor forma e de forma a que não faça muito mal, que não nos mate. Se sobreviver só com umas sequelas já não é mau de todo.

Ele tenta perceber o que quer..o que fará mais falta..ela, ou ela. Não quer deixar o porto, mas não resiste ao iate, bonito, bem disposto, que o deseja igualmente. E também dói. Dói perder os momentos cúmplices com ela, as noites tórridas que uma grande paixão consegue tornar aditivas, as frases que só eles conhecem e sabem o que significam, as musicas que os marcam, os cheiros, o sexo.

Só lhe resta esperar. Fazer a cama de novo, aproveitar as lágrimas para limpar a banheira, preparar um banquete na mesa da cozinha. E esperar que isso chegue para que a amem de novo, o suficiente para a respeitarem, para a desejarem, para ser novamente a única. 

E viveram  ...... para sempre...