quinta-feira, 10 de julho de 2008

Um bolso cheio de nada...


A um ritmo lento e compassado escrevo musica com meus pés na calçada

Vou desenhando a letra no meu respirar e vou-a cantarolando para dentro...

Vai passando gente estranha e que me estranha...

Olham-me de soslaio franzindo o sobrolho com ar de espanto

Perdem 30 segundos do seu fútil tempo a fazer uma curta metragem acerca do que vêem..

Atingem-me com o olhar analista pouco discreto tentando entender.

Será que é assim tao estranho...?


Vou continuando...e cantando...

Busco a letra numa ou outra pedra que me foge ao tacão da bota...

Levo um bolso cheio de nada, uma mão vazia de tudo...

E parecem notar isso...porque me estranham e me gozam

Será que é assim tão estranho...?


Nao sabem...

Levo em mim o bolso onde cabes...o vazio que preenches mais tarde

É teu cada canto meu e, para ti, o que canto...

A musica ja vai a mais de metade...E as pessoas que me olham?

Porque me estranham?!


Passam por mim sem me saber o nome

Pescoços rodam auxiliando o olhar que me segue e me estranha...

E sem saber para onde vou ou de onde venho

Acham estranho...


Cheguei.

Sentei-me.

Pensei...


O caminho das teclas calcetadas pelo velho Joaquim?

Enfeitado com pessoas com olhos aqui e ali?

Doutoradas em apenas existir?

Ah...ja sei...toquei-o a sorrir...


sorrir...deve ser estranho...

2 comentários:

Moon_T disse...

pois que olhem!
para ti , para mim...
podem olhar e interrogar e especular e inventar o tudo o que quiserem...
nunca saberão quem és!
nunca saberão quem sou!
nunca saberão quem somos!
e eles... esses... valem o que valem.




obrigado

Anónimo disse...

Magnifico!